terça-feira, 3 de novembro de 2009

Olhos no olhos

Ao observar os mustanges em liberdade, Monty viu um potro com uma atitude traquina.
Mordia um, dava coice no outro e não deixava ninguém em paz.De repente uma égua, a matriarca, foi atrás do potro e colocou-o para fora do grupo. O potro queria unir-se ao grupo, mas a égua não tirava o olho dele.Enquanto ela mantinha o contato visual, ele não se atrevia a voltar para o grupo, porque isto significaria uma desobediência e ela o atacaria.

Após algum tempo o potro mudou de atitude e abaixou a cabeça levando-a ao chão como se fosse comer e começou a mastigar. Neste momento a égua tirou o olhar do potro e ele juntou-se a manada. Monty observou que “os olhos nos olhos” como no caso da égua com o potro quer dizer fique longe senão eu ataco.

A atitude do potro de baixar a cabeça e mastigar é uma maneira do animal pedir desculpas e mostrar que não é uma ameaça e que se resigna a obediência. A mastigação e a cabeça baixa significam, por favor, deixem que eu me junte a vocês.Quando a égua tirou os olhos dele ela estava passando a mensagem de que aceitava o sinal de submissão que ele havia dado e permitia que ele voltasse ao grupo.


Para um cavalo, ser isolado do grupo é muito triste, já que são animais sociais e gostam de companhia, precisam de um lí­der que eles considerem forte, respeitem, confiem e que possa proteger-los.As ameaças podem ser percebidas mais rapidamente já que no grupo sempre vai ter algum que percebe o perigo e que sinaliza para os outros. Logo a manada inteira reage e se defende, estão mais seguros contra um ataque se estiverem dentro de um grupo e a sua chance de escapar é muito maior.Com essa nova descoberta, Monty Roberts passou a pôr em prática seus conhecimentos criando uma nova técnica de doma, que permite domesticar até o mais selvagem dos Mustangues sem que haja stress ou trauma por parte do animal; além de ser um método muito mais rápido e eficaz do que os outros tipos de domas, que muitas vezes machucam os animais, fazem com que eles passem a sentir medo dos humanos e se tornem animais desconfiados com tudo a sua volta.

A doma Monty Roberts faz com que o cavalo se torne mais do que um animal pronto para montar, mas também o torna um grande amigo do homem, pois ele será um animal que passará a confiar inteiramente na sua montaria e passará a tratá-la como um membro do seu próprio grupo.

Apesar de algumas pessoas acharem que os cavalos não se apegam aos humanos, mas apenas o reconhecem, é porque nunca tiveram a oportunidade de observar um cavalo domado pela doma Monty Roberts e uma pessoa "brincando" juntos em um campo aberto

Monty Roberts

Monty Roberts é um famoso "Encantador" de cavalos dos E.U.A que desenvolveu um verdadeiro dicionário Equinês / Humanês e em seguida um método de doma e redoma baseado nesta linguagem, observando como os cavalos selvagens faziam para comunicar-se entre si.
Sua técnica chamada Join Up (juntar-se), que consiste em comunicar-se com o cavalo em seu próprio idioma, convencendo-o a nos aceitar como seu lí­der.
Desta maneira se forma uma união na qual homem e cavalo trabalham juntos em uma relação com base na confiança, comunicação e respeito mútuo.
Pedem-se coisas ao cavalo ao invés de se fazer exigências, conseguindo assim melhores resultados e sem violências.

Doma - Liderança

O Horsemanship é um conceito de construção do relacionamento entre o Homem e Cavalo, através de métodos não violentos, buscando a integração e o melhor entendimento da natureza dos Cavalos.

Neste ténica, o domador se coloca no lugar de um animal líder, levando o potro a uma obediência natural, baseada numa relação de respeito.
O uso da técnica de Horsemanship garante resultados rápidos e consistentes.Entender melhor como pensa e age um cavalo faz com que muitos fatores do dia a dia, às vezes considerados problemas, possam ser entendidos e resolvidos facilmente.

Comportamento - Liderança

Os cavalos são animais que vivem em grupos, obedecendo a uma ordem social e hierárquica e com uma liderança exercida por um macho adulto.

Existem hábitos e comportamentos selvagens vão desde disputas entre os animais até as mais simples “brincadeiras”.

A comunicação com o grupo é feita através da linguagem corporal.A égua pune o membro isolando-o do grupo. É a forma efetiva de disciplina numa manada, pois o isolamento deixa vulnerável aos predadores e isso ninguém quer. Quando ele reconsidera sua posição e pede para voltar ao grupo a fêmea deixa que ele retome seu lugar na manada.

Ao observar um grupo de animais em liberdade, pode-se destinguir dois extremos que são bem definidos: Existirá um líder, que é aquele que normalmente come mais que os outros, escolhe o lugar onde quer ficar e intimida todos os demais animais do grupo.Assim como o outro lado da moeda, existirá um animal super submisso, que aceita o que é imposto pelo grupo, vai comer o que sobrar e ficará no lugar que lhe for determinado.

Normalmente o animal mais submisso será mais fácil de ser trabalhado, dócil e não questionará o que lhe for colocado, ao passo que o líder, questionará muito mais o treinamento e certamente terá que ser convencido a executar os movimentos, pois afinal de contas ele é o líder!